Nesta sexta-feira, 4 de outubro, comemora-se o Dia Nacional da Natureza. Em Três Lagoas, existem muitos projetos e pesquisas ambientais que buscam proteger e desenvolver melhorias para o cuidado com a fauna e a flora locais.
Dessa forma, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) uniu-se à Colônia dos Pescadores para realizar um projeto de pesquisa sobre a qualidade dos pescados no rio Paraná.
Entre os pescadores que participam do projeto, destaca Odair Francisco, que atua na área há mais de 30 anos e relata uma queda na variedade e quantidade de peixes. “Antigamente havia muito peixe, mas diminuiu praticamente 80%. Antes era fácil, agora está difícil. A qualidade dos peixes também caiu bastante”, ressaltou.
Para atender estas queixas dos pescadores, o professor da universidade federal, Fernando Carvalho, iniciou a pesquisa em 17 de julho deste ano. Além dele, também atuam no projeto a professora Maria José e três alunos do curso de biologia.
De acordo com Carvalho, o objetivo do projeto é catalogar os peixes que ainda são encontrados no rio e desenvolver técnicas que possam auxiliar os pescadores profissionais. “O projeto visa à caracterização da atividade pesqueira e da biologia reprodutiva dos principais peixes da bacia do rio Paraná. O Ministério da Pesca e Aquicultura financia a pesquisa, e contamos com a colaboração do Instituto de Pesca de São Paulo. Pretendemos fazer um diagnóstico dos pescadores e das espécies de peixes que servem de alimento para muitas pessoas na nossa região”, explicou.
Além da proteção ambiental, o projeto é uma forma de os estudantes vivenciarem na prática a experiência profissional e se envolverem com o ativismo ambiental para instruir as novas gerações.
Segundo Letícia Esteves, uma universitária que compõem o projeto, esta é uma oportunidade de aprendizado prático. “Esse projeto é muito importante porque, além de vermos a realidade dos pescadores profissionais, conseguimos entender as dificuldades que eles enfrentam e analisar outras questões ambientais que também são fundamentais”, relatou.
Outro aluno participante, João Pedro, explica que os resultados preliminares da primeira etapa demonstram que as novas espécies, estas que foram introduzidos após a instalação da hidroelétrica, estão prejudicando o ecossistema do rio.
Além de destacar a importância da troca de conhecimento entre a prática dos pescadores e a teoria ensinada na faculdade. “Uma vivência e conhecimentos diferentes. Aqui a gente vive o técnico e eles vivem a experiência diária. Percebemos que eles também têm um grande conhecimento guardado ao longo de gerações e é algo extremamente importante para nós né ter essa base para gente estudar a fundo e trazer melhor para eles.”
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