A delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Três Lagoas, Letícia Mobis, falou sobre o mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, durante participação no quadro "Papo Reto", do programa TVC Agora, desta quarta-feira (31).
O Agosto Lilás tem como objetivo principal dar visibilidade aos casos de violência doméstica, promover a conscientização sobre os direitos das mulheres e trazer o tema à pauta tanto para prevenção quanto para repressão.
A campanha visa destacar a gravidade do problema, que mantém índices alarmantes, com aproximadamente 1,3 mil casos registrados anualmente. No entanto, acredita-se que o número real seja ainda maior, pois, de acordo com a delegada, muitas mulheres não registram a denúncia.
A violência doméstica atinge todas as classes sociais, não se restringindo a um perfil específico de agressor. Letícia explica que o fenômeno envolve homens de diferentes condições financeiras e níveis educacionais, desde indivíduos com passagens pela polícia até profissionais bem posicionados como advogados e médicos. Para ela, o machismo e a tentativa de impor a vontade através da força e ameaças são fatores preponderantes para o aumento desses casos.
Se analisado, anteriormente as agressões se manifestavam em formas menos violentas, como gritos e xingamentos. Mas, ultimamente, tem-se observado um aumento significativo em casos de cárcere privado e tortura, além de lesões corporais. “Essa mudança pode estar associada à falta de denúncias durante episódios de violência verbal, com muitas mulheres só reconhecendo a gravidade da situação após sofrerem agressões físicas. A conscientização e a denúncia precoce são essenciais para enfrentar e reduzir esses casos de violência doméstica”, Mobis explica.
Durante a campanha Agosto Lilás, além de focar na violência entre parceiros, também se observa crescentes casos de violência doméstica onde o agressor é um filho em relação à mãe.
Esses casos são frequentemente associados ao uso de drogas, com filhos usuários exigindo dinheiro para a compra de substâncias, resultando em agressões contra familiares. “Essas situações, embora menos frequentemente noticiadas, são igualmente graves e abrangidas pela Lei Maria da Penha. As vítimas, como mães e irmãs, têm o direito de buscar proteção legal. Elas podem procurar a Delegacia da Mulher e solicitar medidas protetivas para afastar o agressor do lar e garantir sua segurança”.
Veja o quadro completo abaixo: